Uma rosa cresce na tua ausência. Não
a posso colher, a essa rosa vermelha que
incendeia a secura dos meus olhos. Limito-me
a vê-la, a rosa do centro, na sua rotação
de sentimentos e hesitações. Embarco
no rumo que ela me indica. Sei
que me conduzirá para o porto dos teus
braços, onde ainda estremecem as marés
do amor.
Mas se a tua ausência me oferece
esta rosa, de que me servem os seus
espinhos? Lambo devagar as suas
feridas, sentindo correr pela minha alma
o sangue fresco da tua voz: a voz que abranda
quando o fogo se apaga, e de cuja
brancura se soltam os ventos que empurram
o desejo. Levam-me para
os teus lábios, a quem a rosa
roubou a mais pura cor.
Abraço então o teu corpo de flor, roubando
à rosa o gozo da sua dor.
Nuno Júdice
4 comentários:
Sr Vendo tem aki um poema belissimo...
é uma pena k as suas clientes habituais estejam de ferias...
anita
"Sei
que me conduzirá para o porto dos teus
braços, onde ainda estremecem as marés
do amor."
kem me dera ter um poeta assim so para mim...
bruxinhaasolta
As clientes estão de férias mas volta e meia espreitam a tabanca!
Mantém-se a qualidade..posso continuar as férias tranquilamente :)))
Besitos rojos ( sem aquilo)
As rosas são belas,os espinhos a outra vertente...o fogo da dor,mas a cor rubi permanece:)))
Xinhus da Zulu e bom fim de semana
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