quinta-feira, agosto 03, 2006

Rosa com espinhos

Uma rosa cresce na tua ausência. Não
a posso colher, a essa rosa vermelha que
incendeia a secura dos meus olhos. Limito-me
a vê-la, a rosa do centro, na sua rotação
de sentimentos e hesitações. Embarco
no rumo que ela me indica. Sei
que me conduzirá para o porto dos teus
braços, onde ainda estremecem as marés
do amor.

Mas se a tua ausência me oferece
esta rosa, de que me servem os seus
espinhos? Lambo devagar as suas
feridas, sentindo correr pela minha alma
o sangue fresco da tua voz: a voz que abranda
quando o fogo se apaga, e de cuja
brancura se soltam os ventos que empurram
o desejo. Levam-me para
os teus lábios, a quem a rosa
roubou a mais pura cor.

Abraço então o teu corpo de flor, roubando
à rosa o gozo da sua dor.



Nuno Júdice

4 comentários:

Anónimo disse...

Sr Vendo tem aki um poema belissimo...
é uma pena k as suas clientes habituais estejam de ferias...
anita

Anónimo disse...

"Sei
que me conduzirá para o porto dos teus
braços, onde ainda estremecem as marés
do amor."
kem me dera ter um poeta assim so para mim...
bruxinhaasolta

Anónimo disse...

As clientes estão de férias mas volta e meia espreitam a tabanca!
Mantém-se a qualidade..posso continuar as férias tranquilamente :)))

Besitos rojos ( sem aquilo)

Anónimo disse...

As rosas são belas,os espinhos a outra vertente...o fogo da dor,mas a cor rubi permanece:)))

Xinhus da Zulu e bom fim de semana