terça-feira, abril 17, 2007

Gosto quando falas de ti...

Gosto quando me falas de ti… e vou te percorrendo
e vou descortinando a tua vida na paisagem sem nuvens,
cenário de meus desejos tranquilos.

Gosto quando me falas de ti… e então percebo
que antes mesmo de chegar, me adivinhavas,
que ninguém te tocou, senão o vento
que não deixa vestígios, e se vai
desfeito em carícias vãs...

Gosto quando me falas de ti… quando aos poucos a luz
vasculha todos os cantos de sombra, e eu só te encontro
e te reencontro em teus lábios, apenas pintados,
maduros, mas nunca mordidos antes da minha audácia.

Gosto quando me falas de ti… e muito mais adianta
sem teus olhos descampados, sem emboscadas,
e acenas a tua alma, sem dobras, como um lençol distendido,
e descortino o teu destino, como um caminho certo,
cuja primeira curva foi o nosso encontro.

Gosto quando me falas de ti… porque percebo que te desnudas
como uma criança, sem maldade,
e que eu cheguei justamente para acordar tua vida
que se desenrola inútil como um novelo
que nos cai no chão...

Araujo Jorge

2 comentários:

Anónimo disse...

Sr vendo
Isto é muito egocêntrico...então a musa é acordada da sua "vida...inútil" por "ele"?!!! pobre mulher... NÃO GOSTEI
anita

Anónimo disse...

Estava eu toda encantada a ler o poema quando topo com um sujeito-autor que acha ter dado sentido à vida "dela"! Homens...
bruxinhaasolta