segunda-feira, julho 10, 2006

Um único corpo

O calor soltou
A floresta nua
Já não há floresta
Nem passeios à tona d'água
Nem sombra leve sobre os rins
O céu tornou-se-nos um fardo

O nosso corpo é uma presa
Vestida de maduras lágrimas
Os dedos são pregos sangrentos
Os seios giram sobre si próprios
A boca só tem irmãs

Deixou de haver janelas para abrir
Já não há paisagem
Nem ar puro nem impuro
Os nossos olhos voltam à sua nascente
Sob a carne nua da sua beleza natal

Paul Éluard

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem....com tudo isto e algumas propostas:))) é uma mais valia para a tua banca!!!

Adorei como sempre.

Jinhus da Zulu

vendobarato disse...

Zulu:

Não se algum dia não irei mesmo aceitar :)))))

Besitos ;)